quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Os Suspeitos do costume

Alguma imprensa portuguesa tem um tique que ainda não entendi se é racismo, nacionalismo ou pura estupidez.
Eu explico:Em épocas de crise a imprensa que serve o governo ou alguns grupos ligados ao poder ou a partidos de direita iniciam uma campanha de caça ao imigrante ou ao diferente, recordo nos anos 80 Portugal atravessava uma grave crise politica e económica e uma certa imprensa iniciou uma campanha feroz contra a comunidade Cabo-Verdiana, até se falou em canibalismo uma difamação que ficou impune e que durante vários anos colocou uma mancha naquela comunidade trabalhadora que muito tem apoiado Portugal no seu desenvolvimento dando braços para construir estradas, edifícios, barragens enfim são uma das forças motrizes deste país e sofreram na pele a senha racista de uma certa imprensa racista na minha opinião psicopata.Desta vez chegou a vez d comunidade brasileira, formada por gente honesta e trabalhadora é apontada como sendo formada por um bando de ladrões ou prostitutas, não é verdade, sendo a maior comunidade estrangeira em Portugal é formada maioritariamente por gente trabalhadora que procura Portugal para melhor as suas condições de vida, contribuindo em muito para a sustentação do sistema de segurança social português, esta sim é a verdade.Não digo que não existam problemas criminais, existem e devem ser combatidos por quem de direito a Justiça não pelas páginas de alguns jornais que desinformam e deturpam a realidade.É preciso repensar a nossa responsabilidade a imprensa forma consciências e alguma imprensa está a contribuir sim para o aumento da desconfiança e ódio entre portugueses e outros que ajudam a construir este país. Que a tolerância e a responsabilidade regresse de novo a essas cabeças desfuncionais!

sábado, 13 de setembro de 2008

Agora mostrem o que valem!

Dezasseis anos depois das primeiras eleições os angolanos voltaram às mesas de voto para eleger um novo governo.
Muito se tem escrito e se vai escrever sobre este acto eleitoral. Falou-se de desorganização e fraude, mas no final o maior partido da oposição (Unita) veio reconheçer a vitória do MPLA e até a UE considerou as eleições justas, não deixando de fazer alguns reparos à desorganização a que se assistiu em alguns locais de votação na capital.
O que se pode exigir de um país que organiza o seu segundo acto eleitoral em 35 anos de independência? Não se deve perdoar alguns erros ou a desorganização? Quantas cidades no mundo organizam eleições para três milhões de eleitores? Na generalidade, pelo que se sabe, a votação correu bem e o resultado estrondoso do MPLA só espanta os menos atentos, pois era uma vitória anunciada.
A conjuntura económica e o arranque da economia angolana só podiam dar este resultado, pelo que vi na televisão (mesmo sem a presença da SIC) e ouvi na rádio a oposição não terá feito o trabalho de casa, os comícios foram muito fracos e nos debates o MPLA arrasou a concorrência levando os seus melhores quadros. O que o povo está a beneficiar com estas mudanças? Até agora muito pouco, mas o governo está a fazer obra – basta ir a Luanda ou a algumas provincias para ver a construção de novas vias, viadutos, autoestradas, portos e a abertura de novos hospitais. Luanda é um estaleiro a céu aberto para onde correm as principais empresas mundiais. Tudo isto está a aconteçer em Angola, embora na imprensa portuguesa, não se fale desse boom.
Um amigo que regressou recentemente de Angola, depois de muitos anos de ausência, disse-me no dia das eleições: "Vivi 18 anos da minha vida em Luanda e nunca vi tanta construção, como nos últimos dois anos". É necessário perceber o que é a África ou qualquer país independente há apenas três décadas. José Sócrâtes foi o único político português que se deu conta de que a África precisa de tempo, abrindo as portas daquele gigante às empresas nacionais que se instalaram no mercado. Com um presidente e uma maioria absoluta, o MPLA terá, agora, que mostrar o que vale. Angola e o mundo estarão atentos.