segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

2009 mais do mesmo?

Mais um ano, mais um renovar das esperanças é sempre assim, sempre que Dezembro chega renovam-se as vontades e as esperanças.

2008 ainda não acabou, mas pelos vistos nada de bom nos espera para 2009, anunciam-se crises económicas, catástrofes financeiras, mas o pior está a acontecer a guerra a maldita guerra, um meio que o homem usa e abusa desde que assumiu as redêas e que o homem utiliza para subjugar aquele que ele pensa ser mais fraco. É o que está a acontecer no médio oriente onde as bombas judias estão a esmagar uma já frágil Palestina, no Ruanda, Afeganistão,Iraque e outros pontos do mundo a ganância do petróleo não olha a meios para chegar aos fins.No Mundo Lusofóno Angola viveu as suas segundas eleições em 35 anos de indepêndencia a Guiné Bissau, continua envolvida no tráfico de droga e na instabilidade politica com eleições e uma intentona onde Nino vieira nos queria fazer crer que alguém o tentou matar.2009 promete ser adverso que nos valha Barach Obama o presidente da nação até agora mais forte do mundo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Para quando o pedido de perdão?Por Alberto Augusto

Carissimos, Portugal inaugurou em Abril deste ano em Lisboa um memorial em homenagem aos cerca de 24 mil judeus vitimas directas da Inquisicao de 1506. Uma homenagem justa porque qualquer injustica merece uma reparacao mesmo que se passem milenios. Mas reparem soh nos dois pesos e duas medidas destes europeus do sul a beira mar plantados sul. Quantos MILHOES de africanos nao foram (continuam sendo) vitimas fatais directas ou indirectas do comercio transatlantico de escravos? Comparem o discurso de desculpas de Mario Soares para com os judeus com o da arrogante negacao de desculpas de Almeida Santos para com os africanos. Analisem bem o discurso de Almeida Santos em que os escravos, grandes herois e simultaneamente martires da construcao do Brasil, sao esquecidos no seu enaltecimento do Brasil e da Bahia. Analisem bem quanta arrogancia imperial, quanto estereotipo usado, quanta mistificacao sobre a realidade socio-economica e racial brasileira. Analisem tudo isso e muito mais. Felizmente os judeus estao organizados e puderam pressionar para Portugal lhes pedir desculpas. Pedidos de desculpas, seja por palavras ou por simples gestos como a construcao de um memorial, sempre ajudam a harmonizar e apaziguar a consciencia da humanidade. Infelizmente, ao contrario dos anglofonos, os africanos e afrodescendentes portugueses nao estao suficientemente organizados para que Portugal adopte similar atitude quanto aos nossos antepassados. Preferem ser o passivo tipo "preto bom" e se contentarem com algumas migalhas que vao ganhando na sociedade portuguesa. Hoje facilmente se conclui que faltou a segregacao na colonizacao portuguesa. O famigerado lusotropicalismo freiriano serviu para embranquecer, se nao a epiderme... a mente. Abracos, AC Discurso proferido por Mário Soares em 1989: "A Judiaria Medieval de Castelo de Vide testemunha a presença de judeus na nossa terra desde os mais recuados tempos da nacionalidades. Demonstra como os judeus foram um componente importante e deram um inestimável contributo para a nossa História.
Infelizmente o fanatismo religioso, com a introdução da Inquisição em Portugal, veio, ao arrepio da nossa melhor tradição, acentuar as perseguições aos judeus. A sua expulsão de Espanha e de Portugal, como ensinou Antero de Quental, constitui uma das causas principais da decadência dos povos peninsulares por vários séculos.
Toda esta zona ao longo da fronteira aqui, no Alto Alentejo, e mais para norte, até Bragança – está marcada pelos testemunhos, tão presentes ainda na tradição portuguesa, das perseguições que os judeus foram invariavelmente vítimas, ao longo dos tempos, quer do lado espanhol quer do português, sucessiva ou simultaneamente obrigando a conversões forçadas, queimando-os em autos-de-fé, compelindo ao exílio alguns dos melhores espíritos portugueses para o norte da Europa, onde tanto contribuíram para o progresso e desenvolvimento dos países que os acolheram. E, entretanto, a tradição democrática portuguesa, que vem desde os alvores da nacionalidade e s e acentua com a grande revolução portuguesa de 1383-1385, tem um sentido bem diferente é aberta, acolhedora, tolerante, curiosa do que é diferente, ecuménica. É essa tradição democrática que mais contribui para formular o génio português e que define e explica a nossa vocação universalista.
Foi essa vocação que inspirou e fundou os períodos de ouro da história portuguesa e os actos culminantes do nosso destino colectivo, de que hoje tanto e tão justamente nos orgulhamos, ao comemorar os 500 anos das descobertas. Pelo contrário, sempre que a tradição universalista foi negada ou violada, se acenderam as fogueiras da Inquisição ou a intolerância do Santo Ofício, queimando livros e pessoas, a Pátria entrou em irremediável declínio e decadência.
Com o 25 de Abril, Portugal reencontrou-se com a tradição de tolerância, que é também a sua, de convívio com o que é diferente e de respeito com os outros. O nosso século, que tão prodigiosas e revolucionárias transformações operou, viveu, paradoxalmente, algumas das mais negras e tristes experiências de terror da história humana.
O holocausto dos judeus, durante a época nazi, ensina-nos a que extremos da desumanidade o fanatismo pode conduzir. Lembrá-lo aqui, neste momento, parece-me particularmente indicado. Não se trata apenas de prestar homenagem às suas vítimas em qualquer tempo. Trata-se, como disse Elie Wiesel num depoimento impressionante, de não deixar morrer as vítimas 2ª vez, pelo esquecimento, de "fazer justiça à memória", e de repetir com ele a interrogação terrível: afinal, qual o sentido de tudo isto? Qual o sentido das perseguições, das violências sobre as pessoas indefesas? Em nome de quê? E para quê? Só um absurdo pode explicar tais procedimentos, sem sentido nem lógica. E contra os horrores do fanatismo, da intolerância e da desumanidade só há um remédio possível, afirmar o espírito da tolerância.
Nesta hora, em que tantas esperanças fermentam o futuro do mundo – e se abrem tão largas perspectivas de paz –, reapareceram de novo inquietantes sintomas de fanatismo religioso e intolerância, com novos apelos a autos-de-fé e até à aniquilação de seres humanos. O caso do escritor Salman Rushdie é, nesse aspecto, exemplar. Quero aqui, em nome do Portugal livre e democrático, que represento, do Portugal cuja memória histórica conheceu o dogmatismo e a opressão, reafirmar os valores da liberdade e dos direitos do Homem, fazendo um apelo solene ao respeito pelos outros, povos ou pessoas humanas. São, no mundo de hoje, condições imprescindíveis de paz e progresso.
Na paisagem alentejana e nesta bela terra, a Judiaria ergue-se, desafiando os séculos, como um símbolo que desejamos que seja de tolerância, de fraternidade e de unidade essencial do género humano. É o sentido que dou ao acto ritual a que assistimos na Sinagoga e à minha presença aqui, honrando a mais bela tradição da história portuguesa. Em nome de Portugal, peço perdão aos judeus pelas perseguições que sofreram na nossa terra." Deliberação da Assembleia da República em 1996: "Revogação do ÉditoPerfazem-se hoje cinco séculos sobre a assinatura pelo rei D. Manuel I do Édito de expulsão dos judeus de Portugal.
Esse Édito não correspondeu a exigências da situação política ou social do Portugal de então, um reino onde, nas difíceis condições dos conflitos religiosos medievais, se vivia uma situação de tolerância que permitia a coexistência de religiões hostis.
O Édito de 1496 foi antes ditado por tentativas de alinhamento político entre os Estados Ibéricos, e por um acto de cedência à pressão dos Reis Católicos – que já haviam tomado idêntica medida – necessário aos projectos matrimoniais e hegemónicos do rei de Portugal.
Foi o Édito banido da ordem jurídica portuguesa logo nos alvores do liberalismo. A 17 de Fevereiro de 1821 as Cortes Constituintes revogavam-no, em plena coerência com os coevos anseios de liberdade e tolerância.
A Constituição da República Portuguesa proíbe hoje, com a dignidade de um princípio fundamental, qualquer forma de discriminação fundada em razões de raça, religião, convicções políticas ou ideológicas, e garante a todos a inviolabilidade da liberdade de consciência, de religião e de culto.
Através do seu então presidente, Dr. Mário Soares, a República Portuguesa, numa atitude que fez caminho nas relações internacionais, de passo que reconheceu que a História se assume inteira, no que tem de honroso e no que tem de condenável, pediu perdão ao Povo Judeu pelas humilhações e os sofrimentos que lhes infligiram os actos de conversão forçada e expulsão.
A República Portuguesa mantém, na base dos preceitos constitucionais aplicáveis e de sentimentos recíprocos, relações de cooperação e amizade com o Estado de Israel – consagração de um sonho milenar do Povo Judeu – partilhando com este um anseio universal de Justiça e de Paz. E em Portugal vive hoje uma importante e estimável Comunidade Judaica, política e socialmente integrada, que não obstante preserva uma profunda e assumida identidade própria. Nestas circunstâncias, a Assembleia da República, em, sessão plenária de 5 de Dezembro de 1996, convocada expressamente com esse objectivo, e com a presença do Presidente da República, do Presidente do Parlamento do Estado de Israel e de representantes da Comunidade Judaica, deliberou por unanimidade e aclamação:
1 - Saudar a aproximação de povos, culturas e civilizações que o fundo de apreço recíproco entre o Povo Judeu e o Povo Português salvaguardou através dos séculos, ultrapassando os agravos causados pelo Édito de 5 de Dezembro de 1496; 2 - Saudar a decisão dos Constituintes de 1820, revogando o Édito, e abrindo à sociedade portuguesa os caminhos da liberdade e da tolerância religiosa, tão gravemente postas em causa pelo Édito e, após ele, pela Inquisição; 3 - Interpretar a vontade e o sentir do Povo Português, na afirmação do desejo de que sejam reforçados os laços de amizade, respeito mútuo e cooperação em todos os domínios entre o Estado e o Povo de Portugal; 4 - Afirmar o propósito e o desejo de preservar, estudar e divulgar os documentos e testemunhos da presença e da vida da Comunidade Judaica no espaço português, e formular, nesse sentido, um apelo à Comunidade Científica; 5 - Saudar o ilustre Presidente do Parlamento do Estado de Israel e todo o Povo Judeu, onde quer que se encontre, com uma especial palavra de apreço para a Comunidade Judaica residente em Portugal. Palácio de São Bento, 5 de Dezembro de 1996" DISCURSO PROFERIDO POR ALMEIDA SANTOS NO ACTO SOLENE COMEMORATVO DOS 500 ANOS DO BRASIL. Obs.: parte do discurso em que Almeida Santos justifica a escravatura citando Fernando Pessoa para dizer que "tudo vale a pena quando a alma nao eh pequena" desapareceu.
I SÉRIE–NÚMERO 66

nho por esta Comunidade que só pode favorecer os seus membros e ajudar a organizar um mundo tão desencontrado.O Brasil poderá fazer ainda muito mais pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, pois, como escreveu Afonso Celso, no princípio do século XX, e cito, «O Brasil jamais provocou, jamais agrediu, jamais lesou, jamais humilhou outras nações».Sr. as e Srs. Deputados, Excelentíssimos Convidados: Portugal e o Brasil conjugados no mundo. Que esperança!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente : – Sr. Presidente do Senado Federal e do Congresso da República Federativa do Brasil, Sr. Ministro do Trabalho e da Solidariedade, em representação do Primeiro-Ministro, Demais Membros do Governo, Srs. Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal Constitucional, Srs. Vice-Presidentes e Srs. Deputados da Assembleia da República, Sr. Embaixador do Brasil e Srs. Representantes do Corpo Diplomático, Sr. Ex-Presidente da República e Sr. Ex-Presidente da Assembleia da República, Demais Autoridades Judiciais, Civis e Militares, Srs. Convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores:
Sr. Presidente António Carlos Magalhães, deixe-me que o trate como mais agrada ao meu coração, não sou capaz de lhe transmitir a exacta dimensão da honra e da alegria com que o recebemos nesta sua Casa, depois de por si termos sido oficialmente recebidos, com inexcedíveis manifestações de afabilidade e simpatia, aquando visita do Presidente da Assembleia da República, numa delegação dela representativa, às duas Câmaras do Congresso da República Federativa do Brasil.
Estou certo de que este sentimento é partilhado por todo o Povo Português, que esta Assembleia representa.
O Presidente António Carlos Magalhães é um Patriarca da política brasileira. Dotado de uma personalidade forte, que rejeita o unanimismo fácil, ou mesmo difícil, deixa-se, ao invés, seduzir por atitudes com carga polémica, que não raro lhe granjeiam as disputas de que tanto gosta.
Hoje, presidente do legislativo brasileiro, em lugar nenhum consegue fazer esquecer os seus três mandatos como governador da mítica Baía, aí onde verdadeiramente nasceu o Brasil que os portugueses criaram. A Baía do «Largo do Pelourinho», do Padre António Vieira, de Jorge Amado, de Dorival Cahymi. A Baía do Senhor do Bom Fim, dos Capitães da Areia, do Jubiabá, de Os Velhos Marinheiros. Dos balangadans e dos quindins. Das donas de saia rendada balanceando as cadeiras. A Baía antiga que o meu caro Presidente modernizou, sem a descaracterizar. A Baía, enfim, do Príncipe de Nassau, seu antecessor na arte de bem governar.
Outros nessa cadeira se sentaram na qualidade de visitantes. Vossa Excelência não é nem nunca será, em Portugal, uma visita. É um de nós, sentado num lugar que 300 anos de História comum lhe reservaram. Esta cerimónia, a que a presença de Vossa Excelência confere assinalado brilho; a medalha de prata dourada ligando os símbolos nacionais de Portugal e do Brasil que os nossos Parlamentos co-editaram; e o livro com o registo das intervenções de Deputados portugueses e brasileiros nas sessões plenárias desta mesma Casa que vão editar, representam o nosso contributo para a comemoração dos 500 anos do achamento do Brasil.
Por sobre tudo isso, e do simbolismo de que se reveste, a intenção, que nos é comum, de reforçarmos, no futuro, os laços de cooperação interparlamentar entre Portugal e o Brasil, além de outras, nomeadamente no quadro do Fórum dos Presidentes dos Parlamentos Lusófonos e do Grupo de Amizade Portugal-Brasil, que acaba de ser criado.
Bem haja, Sr. Presidente, por ter aceitado estar, uma vez mais, connosco.
Embora neste Plenário já se tenha falado dos 500 anos decorridos sobre o achamento do Brasil, quando, em 8 de Março, tivemos a honra de aqui receber e ouvir o Presidente da República do Brasil, é hoje que verdadeiramente aqui comemoramos esse acontecimento histórico de tão alto significado.
À data do achamento, grande era o país achador. Pouco antes, tinha, pela primeira vez, chegado por mar à Índia, dando início a uma nova concepção do Mundo. Globalizante se lhe chama agora. Universalista se lhe chamou então. A partir desse desvendar das primeiras auto-estradas do futuro, Lisboa passou a ser o centro do comércio mundial, destronando os tradicionais portos mercantis da Europa. E durante um século o mar foi nosso.
Mas grande havia de tornar-se o país achado. É hoje uma pátria portentosa pela imensidão do seu território, as ilimitadas potencialidades dos seus recursos naturais, a luxúria da sua beleza natural, a dionisíaca identidade do seu povo.
E se o achamento, à data, pode ter parecido coisa pouca – mesmo que não tenha sido um devaneio do acaso –, a coisa achada viria a revelar-se o mais belo tesouro jamais encontrado pelos nossos mareantes.
O que nesse então fazia mover as ambições eram as riquezas da Índia e as cruzadas da fé. Por isso, o nosso primeiro contacto com o futuro Brasil saldou-se por um «ah!» de espanto pela luxúria da vegetação e por um «oh!» de decepção pela escassez e inocência de uma população que havia escapado ao pecado original, não usava roupas ou pedrarias, nem praticava a agricultura ou a caça. Almas potenciais poucas, de ouro e prata nem sinais. Dava, quando muito, para fazer aguada nas futuras viagens para a Índia circundando o «mar oceano».
Daí o pouco relevo de que se revestiu, à data, o achamento que hoje celebramos. O próprio Pedro Álvares Cabral não deixou nos registos dos seus cronistas – o Pêro Vaz de Caminha, vulto cimeiro da nossa literatura de viagens, e o Piloto Anónimo, que chamou a si o relato da continuação da aventura – o menor sinal de um sentimento de exaltação ou de triunfo.
É certo que fez regressar a Lisboa a nau dos mantimentos, com a Carta de Pêro Vaz de Caminha. Mas o Rei ligou-lhe tão pouca importância que, por 300 anos, se a teve por perdida. Em comunicação escrita aos soberanos de Espanha, o Rei português resumiu a quatro linhas o displicente anúncio do achamento. E Cabral só fica na suposta ilha achada escassíssimos 10 dias. O acontecimento, em seu entender, não justificava mais. De facto, achar uma ilha – mais uma! – no imenso «mar oceano», com algumas centenas de criaturas, tão nuas de tudo e até de vergonha como vieram ao Mundo, e sem sinais de ouro ou pedras preciosas por perto, não acrescentava por aí além a glória de Sua Majestade.
Sobretudo se o achamento não foi obra do acaso ou o resultado de um erro de cálculo, difícil de justificar, tratando-se de uma frota em que seguiam marinheiros tão experimentados como Bartolomeu Dias, Nicolau Coelho e Pedro Escobar, antes a simples execução de um plano pré-concebido, no quadro da política de sigilo então seguida pelos monarcas portugueses. Como se sabe, os historiadores repartem-se pela tese da intencionalidade e pela tese da casualidade. Não faltam a uns e outros os mais especiosos argumentos. Como não sou historiador e posso escolher à vontade, vou pela intenção contra o jogo de dados.É a intenção que melhor serve o meu orgulho em ser português. Para além disso, convenço-me de que a relativa banalização da descoberta – mais aceitável no quadro de um «déjà vu» do que de uma genuína surpresa – confirma a ideia de que D. João II, ao negociar o Tratado de Tordesilhas, o negociou como negociou porque sabia da existência das terras a haver, segundo a partilha feita.
Semelhante desencanto deve ter-se repetido aquando das duas novas expedições à coisa achada, nos anos seguintes, para explorar maior extensão de costa, visto que D. Manuel sobreviveu 21 anos à descoberta do Brasil sem um só gesto no sentido do seu desenvolvimento. A colonização teria início mais de três décadas depois.Reconheço que a concreta redacção da carta de Caminha parece reforçar a tese da casualidade. Mas, no contexto da política peninsular do sigilo recíproco, porque não haveria ele de ter agido em consonância com ela? Era preciso evitar que os Reis Católicos suspeitassem de que o Tratado de Tordesilhas havia sido negociado pelos portugueses com reserva mental. Essa preocupação ajudaria a explicar o próprio Caminha e o seu registo.
Erro houve sempre. Mas não de cálculo na arte de marear. Antes de avaliação sobre o interesse e o valor da coisa achada.
Não nos havemos de esquecer de que, antes de termos feito luz sobre a conformação do Mundo – sobre a sua esfericidade, os seus continentes e os seus mares –, o erro geográfico era tão natural como os mitos e os medos que povoavam as mentes.É célebre o erro cometido por Colombo ao descobrir o norte da América, julgando ter chegado à Índia. Daí ter chamado «índios» aos seus habitantes, erro que, por comodismo, perfilhámos no sul.
Vespúcio – outro que pôs o saber que lhe ensinámos ao serviço dos Reis de Castela – cometeu erro idêntico. Os espertalhões dessa época éramos nós. Por certo sabíamos que havia terras a Ocidente. Talvez desde que Bartolomeu Dias começou a explorar o mar largo para fugir às dificuldades da abordagem do temeroso Cabo. Mas, desde cedo, seguramente, soubemos que era pelo Oriente, contornando a África, que se chegava à Índia. Com esse jogo de cada um esconder o que sabia, neutralizámos, por largo tempo, a concorrência dos nossos irmãos peninsulares.
Mais espantoso é que o desinteresse pelo futuro Brasil tenha sido levado tão longe que Camões, 50 anos depois, não canta Cabral como um herói da epopeia marítima. E que Fernando Pessoa, que, segundo Suassuna, viria a ser considerado «o maior poeta brasileiro de todos os tempos», o esqueceria também na sua Mensagem.
Que digo eu? Esqueceu-o o Rei, que o preteriu por Vasco da Gama no comando da terceira expedição à Índia; que o não premiou com tenças ou outras prebendas, como prodigamente fez com Vasco da Gama; e que o votou ou deixou votar ao mais completo ostracismo, de tal forma que Cabral se auto-exilou algures nos arredores de Santarém – como viria a fazer o grande Herculano –, onde morreu tão despojado de glória que foi enterrado em campa rasa na Igreja da Graça, com a seca inscrição do seu nome e total apagamento do seu feito. Melhor sorte teve sua mulher, que mereceu o registo de ter sido «camareira-mor da Infanta D. Maria».
E foi tal a maldição que desceu sobre o seu nome e o seu feito que o seu túmulo teve a mesma sorte da carta de Caminha: por iguais três séculos ninguém mais soube dele. Viria a ser descoberto, curiosamente, por um brasileiro, Visconde do mesmo Porto Seguro a que, em 1500, havia aportado.
Bem justificada foi, pois, a ironia de Almeida Garrett, que a propósito disse: «Quem sabe se Pedrálvares não será um dia destes mandado sair da Igreja da Graça pelo regedor da paróquia»?
Como foi, então, que o seu nome e o seu feito ganharam imprevisto relevo, ao ponto de um seu biógrafo recente o vir a considerar «um dos maiores e mais representativos portugueses de todos os tempos, consubstanciando na sua pessoa as melhores qualidades do Povo a que pertenceu»? Porque o venera o Brasil e passaram a venerá-lo os Portugueses? Porque estamos nós aqui, 500 anos volvidos, a homenageá-lo e a celebrar o seu feito?
A resposta está no Brasil. No que veio a ser e no que é.
Enquanto que o sonho do Império da Índia, tão ambiciosamente delineado por Afonso de Albuquerque (outro que caiu em desgraça!) e tão epopeicamente cantado por Camões, se perdeu no nevoeiro da história, até dele só restarem três enclaves que a força da rotina deixou durar até à segunda metade deste século, a «coisa de somenos» que Cabral «achou» viria a converter-se na prodigiosa Pátria que o grande Brasil veio a ser e é.A nossa história rodou cento e oitenta graus. Desquitou-se do sonho da Índia e enamorou-se do portentoso Brasil. Durante três séculos, o Brasil foi português. Ou melhor, feudo da casa reinante de Portugal, governado pelos seus fidalgos e pelos seus juristas, expandido e defendido pelos seus soldados, catequizado pelos seus missionários.
Chamou-se a isso colonização. E como o espaço brasileiro era dilatado demais para poder ser povoado, desenvolvido e defendido apenas por colonos, soldados e missionários portugueses, jogámos o jogo que então se jogava: importámos escravos de África e escravizámos, compelindo-os ao trabalho – não fujamos à realidade histórica –, quando não preferiram morrer, os nativos a quem uma natureza pródiga havia poupado a essa bíblica condenação.
Talvez não tenhamos chegado a ser tão bárbaros quanto os espanhóis o foram para domar as brilhantes civilizações inca, maia e azteca. Mas também, de alguma maneira, o fomos. Desde a Grécia e desde Roma que colonizar era escravizar. E o Brasil – quer no ciclo do pau-brasil, quer no ciclo da cana de açúcar, quer no ciclo do ouro – foi construído com o sangue e o suor de milhões de mártires.
Podia ter sido de outro modo? Claro que podia! Se o homem e as suas civilizações não fossem o que foram, não teria sido sequer impensável que os «índios» que nele encontrámos ou os negros que para lá levámos continuassem inocentes e felizes sob a copa das florestas, sem terem mordido o fruto da árvore da ciência.
Mas não foi essa a disposição das coisas. E elas foram o que foram, não fazendo hoje sentido visionar como poderiam ter sido.
A história assume-se – uma vez mais o digo – inteira, nas suas grandezas e nas suas misérias. O que não faz hoje sentido – já aqui foi realçado – é julgar o passado segundo juízos de valor do presente. Daí que eu aceite muito mal a recente moda dos pedidos de perdão por ofensas históricas cometidas quando constituíam práticas comummente aceites segundo os critérios da época.
Foi deplorável a escravatura? Foi iníqua a inquisição? Foram bárbaras as guerras de submissão ou de conquista? É claro que sim! Mas a última coisa de que eu havia de lembrar-me era de penitenciar-me e de pedir perdão por os meus antepassados terem tido tudo isso como normal e até justificável. Sócrates, o mais justo dos homens, teve escravos! As fogueiras da inquisição foram justificadas em nome de Deus! Napoleão é um herói da França, e não apenas da França!
O que para mim vale a pena é combater, desde logo a partir de nós ou do interior de nós, as práticas condenáveis e injustas que subsistem no presente! Que discriminações e que afrontas se não cometem em nome do «deus lucro»? Porque não pedem os que têm tudo perdão aos que não têm nada? Os privilegiados aos excluídos? Os de mesa farta aos famintos? Ou os responsáveis pelas agressões à natureza às novas e futuras gerações? Ou os génios das novas tecnologias aos desempregados? Ou os patrões dos tráficos ilícitos às vítimas das drogas, das armas e da luxúria que traficam? Ou os defensores da pena de morte aos que legalmente matam?
Sei bem que na origem de muitos pedidos de perdão está uma motivação sincera. Mas, nalguns casos, os pedidos deixam no ar um vago odor a hipocrisia.
Sem que isso os justifique, há crimes históricos mais bem e mais mal sucedidos. Ter roubado à África os seus filhos, para que fossem ajudar a construir a América do Norte ou a Ibero-América, foi mais lesivo para aquela do que para estas. O Brasil, bem como outros países da América Latina – embora não todos –, tem hoje orgulho na sua mestiçagem. Já neste século, e por impulso do sociólogo Gilberto Freyre, entre outros, rasgou as teses das virtudes do seu branqueamento e do ressentimento da sua negritude e passou a entoar louvores à sua mestiçagem, assumindo-a como uma mais-valia biológica e cultural.Com razão. Do encontro e cruzamento de raças e civilizações, que no Brasil se fundiram, emergiu a mais prodigiosa identidade das pátrias modernas. A partir dessa tomada de consciência de si mesmo, o Brasil deixou de olhar pelo retrovisor e olha agora em frente, confiante no seu futuro.
Num importante discurso, que recentemente proferiu no Congresso Portugal 2000, o Presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu com galhardia: «O mundo lusófono é o nosso Mundo, do Tejo a Luanda, da Baía Cabrália a Dili. Se os sinos dobram em Angola ou em Timor-Leste, eles também dobram por nós. O Brasil não faltará à sua lusitanidade, após 500 anos de história».
Coisa semelhante havia dito Gilberto Freyre, por ele próprio citado. Assim: «Nossa é a cultura portuguesa, como nosso é o Convento de Cristo, nosso Santo António de Lisboa, nossa a Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, nossa a Universidade de Coimbra,…» – não sei por que é que não falou na de Lisboa – …
Risos.
… «… a Sé de Braga, a Torre de Belém, nosso o Condestável, D. Dinis, o Mondego, o próprio Tejo, as filhós, o arroz de leite com canela, o vinho do Porto».Poderíamos pagar na mesma moeda dizendo: «Nosso, ou também nosso, é o Cristo do Corcovado, nossa, ou também nossa, a origem do Carnaval, nosso, por metade, o samba, nossa a mestiçagem, nossa a Baixa do Sapateiro, nossos Olinda e Ouro Preto, nosso D. Pedro, nossos Machado de Assis, Graciliano, Amado, Veríssimo, Bandeira, Drumond, nosso o barroco, nosso o Aleijadinho».
Quinhentos anos de história! Como poderemos nós ser indiferentes? Se, desde a independência do Brasil, seguimos caminhos separados, ainda que com troços comuns, até à sua independência a história ligou os nossos destinos por laços de sangue, cultura, amor e também ódio. Por um capricho da sorte, chegámos a ser a mesma Pátria, o mesmo Reino e o mesmo Império. Construímos, juntos, lugares, vilas, cidades, portos, estradas e caminhos. Erguemos, juntos, as mesmas fortalezas. Alargámos e defendemos, juntos, as mesmas fronteiras. Criámos e perdemos, juntos, as mesmas colónias. Combatemos, juntos, os mesmos invasores e os mesmos piratas. Devassámos, juntos, os mesmos sertões. E fizemos, juntos, o milagre de preservar a espantosa unidade do Brasil, enquanto que a América espanhola se desmembrava em 18 bocados.
Termos, durante mais de três séculos, vivido em comum a espantosa aventura de fazer o Brasil, que, depois, os brasileiros continuaram com novo heroísmo, novas guerras de fronteira, novas tentativas de recessão, mais suor, mais sangue e outras lágrimas, foi uma saga que nada pode apagar.
É mal conhecida entre nós essa maravilhosa aventura. Faltou-lhe, para cantá-la, um novo Camões. Talvez por isso, não lhe faltam detractores, minguados de dimensão, predispostos a explorar o lado negativo desse empolgante troço da história comum dos dois irmãos do Atlântico. Mas quem vê o Brasil que desse passado resultou, esse Brasil tão português e tão brasileiro, tão igual a nós e tão diferente, moderna encarnação de um deus pagão na sua alegria sem par, na sua descontracção sem exemplo, na sua filosofia de vida sem cópia, na sua literatura sem contrafacção, na sua música sem clones e no seu carnaval sem diques, perdoa, sem que lho peçam, o preço em dor desse resultado.Tenho para mim que a obra-prima da nossa história, Descobertas à parte, não foram os 500 anos da Índia, da África, da Ásia ou da Oceania, mas os 300 anos da formação do Brasil. Foi esta comunhão de língua, de culturas, valores e sentimentos, este «dois em um», como se diz agora, que nos levou a sentir que o Brasil passou a ser mais nosso no exacto momento em que deixou de sê-lo.
O Presidente António José de Almeida, já aqui citado, quando, no primeiro centenário da independência do Brasil, agradeceu aos brasileiros o terem-se tornado independentes, compreendeu isso mesmo. Desfez o mito de que a independência foi uma dádiva do pai e não uma conquista do filho. E reconheceu que a forçada união das duas pátrias, sob a ficção da mesma casa reinante, mais tinha contribuído para nos afastar do que para nos aproximar.
Quando, sob o impulso dos ideais libertadores do iluminismo, da independência da América, da Revolução Francesa e do liberalismo triunfante, a sorte do Brasil ficou ditada, as tentativas de, pela força, identificar o que não era idêntico e unir o que não era uno, só pode encontrar explicação no amor que os portugueses tinham – como ainda hoje têm – ao seu então Brasil. Século e meio depois, um governo português despótico viria a cometer, mas sem perdão, e com piores resultados, o mesmíssimo erro.
A deslocação da Casa Real para o Rio de Janeiro, em fuga aos exércitos de Junot, longe de ter travado as aspirações independentistas do Brasil, estimulou-as. Por momentos, pairou a ideia de salvar a união imperial, sediando no Brasil a cabeça do conjunto. Mas era uma solução irrealista e impraticável. A separação tornou-se inevitável, mesmo quando o Rei português declarou resignar-se à tão-só condição de dois Estados ligados pelo fio débil da mesma casa reinante. Até para isso era tarde.
O ter sido um Príncipe português a rebelar-se contra seu Pai, proferindo o célebre «fico»; a fazer ouvir o decisivo «grito de Ipiranga»; a deixar-se proclamar «defensor perpétuo» do Brasil; e, depois, seu primeiro imperador, ajudou a criar a falsa ideia de uma independência consentida.
Em grande medida, por efeito de um consentimento simulado, o Tratado de Paz e Aliança, de 29 de Agosto de 1825, pode ser assinado antes que qualquer outra Nação tivesse reconhecido o novo Estado nascente. O importante era salvar a afectividade recíproca. E essa foi salva e salva continua.
As picardias recíprocas que ficaram para trás, incluindo as acres disputas verbais entre Deputados portugueses e brasileiros, neste mesmo Palácio de S. Bento, que, em breve, serão salvas do pó dos arquivos e editadas em livro, perderam acrimónia e hoje fazem-nos sorrir.
Antecipo a conhecida explosão do grande Fernandes Tomás: «Se o Brasil, com efeito, não quer unir-se a Portugal, como tem estado sempre, acabemos de vez com isto; passe o Sr. Brasil muito bem, que cá nós cuidaremos da nossa vida»! Resposta de Deputado brasileiro Borges de Barros: «Também posso dizer agora: adeus, Sr. Portugal; passe por cá muito bem». Será um livro apaixonante. Penso mesmo que vai ser um best-seller, sobretudo para os que amam o Brasil e a História de Portugal.
O que no Brasil se passou depois – novas invasões, novas lutas, novas dissenções, novas tentativas separatistas – serviu para pôr à prova o amor dos brasileiros ao seu Brasil e à sua preciosa unidade. Quando partimos, deixámos após nós um colosso geográfico servido por um patriotismo colossal. Tão estremado que chegou para, em definitivo, delimitar fronteiras – não sem o preço pago de milhares de vidas – e salvar, uma vez mais, a unidade interna, por recurso a um adequado e inteligente modelo federativo.Nessas lutas e nesse heroísmo estiveram, lado a lado, índios, pretos, mestiços e também brancos. Sem prejuízo das discriminações que subsistiam, e em certa medida subsistem, o invasor foi sempre, para todos esses, um inimigo comum. A história do Brasil é, antes e depois da sua independência, uma história de amor. Amor à sua beleza; amor à sua alegria; amor à sua miscigenação; amor à sua filosofia de vida; e amor ao prodígio da sua identidade.
Na sua já referida intervenção no Congresso Portugal 2000, o Presidente Fernando Henrique Cardoso disse que «o Brasil anseia por leituras actualizadas dos seus laços com Portugal».
Nós também ansiamos. Lembrar o que foi é importante. Celebrar um achamento que esteve na origem de uma saga maravilhosa e de um país portentoso é importantíssimo. Mas mais importante é pôr a render, no banco do futuro, o capital da nossa história comum. Através de um renovado espírito de cooperação e entreajuda. Através de novos acordos culturais e de desenvolvimento. Através de novas formas de aproximação entre a União Europeia e o Mercosul, tendo Portugal como porta de acesso. «Porque não marchamos juntos, brasileiros e portugueses, na busca dos caminhos que se abrem nesta nova fase do capitalismo contemporâneo»? A pergunta é ainda do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
A nossa resposta só pode ser esta: marchemos! Assim como no passado unimos forças para combater e expulsar invasores e derrotar piratas, tratemos de, com idêntico espírito, defender em parceria comuns interesses e valores contra os novos «Átilas» da globalização e os novos «piratas» da era moderna.
Aplausos do PS, do PSD, do PCP, do CDS-PP e de Os Verdes.
Não posso dar a palavra ao Presidente António Carlos Magalhães, como gosto de o chamar, porque a palavra já é dele. Pode, pois, usar e abusar dela, Sr. Presidente. Teremos a maior honra em ouvi-lo com toda a atenção. Discurso do Presidente do Congresso Nacional da República Federativa do Brasil (António Carlos Magalhães): – Sr. Presidente Almeida Santos, Srs. Ministros, Srs. Presidentes do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal de Justiça, Autoridades, Corpo Diplomático, em particular Embaixador do Brasil, Minhas Senhoras e Meus Senhores, Queridos Parlamentares:
Vivo, hoje, um momento transcendente na minha longa jornada política. Tenho a honra e a alegria de representar o Congresso brasileiro nesta sessão da Assembleia da República portuguesa.
Há, nesta solenidade, uma conjunção extraordinária de circunstâncias que torna este momento especialíssimo para mim. Filho da Baía, a terra que acolheu Cabral na sua chegada ao Brasil, e Presidente do Congresso brasileiro, sou recebido nesta Assembleia para festejarmos o acto do Descobrimento e a terra descoberta.
O privilégio de estar aqui, participando desta sessão, é muito caro, Presidente Almeida Santos, é muito da sua vontade, e quero registá-lo, mercê da nossa amizade e da sua generosidade. Sou-lhe muito grato, bem como a todas as Sr. as e Srs. Deputados, por me oferecerem esta oportunidade única de reencontro com a ancestralidade.
A generosidade – repito – do Presidente Almeida Santos é tão-somente uma de suas muitas virtudes. Mas é certamente dela que derivam as outras, destacando-se a de grande homem público, que o é. O pendor democrático é próprio dos generosos. Só eles sabem conviver, de forma construtiva, com a diversidade de opiniões, e hoje, aqui, temos um facto, que é bem autêntico da diversidade de opiniões, ao qual, dentro em pouco, para ser fiel ao perfil do Presidente Almeida Santos, responderei.
Também a luta política, a que se lançou corajosamente no passado, está fundada na generosidade e no seu amor à democracia. Saúdo e agradeço, mais uma vez, ao querido amigo Presidente Almeida Santos, e devo fazê-lo por dois grandes e especiais motivos: por sua iniciativa de integrar este Parlamento nas comemorações que o Brasil recorda de seus 500 anos e pela singularidade do convite com que me distinguiu.Estou certo de que todos os que aqui nos reunimos, nesta tarde, temos a consciência do que representou a viagem de Cabral em 1500. É verdade que ela pode ser vista como apenas um dos episódios no conjunto dessa extraordinária epopeia da navegação portuguesa, interpretada pela poética exclamação do génio de Pessoa, quando dizia: «Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!».

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A cobardia é uma arma!

O Mundo do jornalismo em Portugal virou uma selva e os jornalistas estágiarios os macacos de estimação.
Soube à poucos dias que se continuam a cometer arbitrariedades, sem que os responsavéis sejam punidos.A última foi a expulsão de Liliana, uma jovem jornalista competente, sincera e que tem a particularidade de não se deixar levar pela cabeça dos outros.Liliana tem um Blog "Gosto e contra Gosto"onde expressou o seu desagrado por situações que a incomodavam, não identificando ninguém,Liliana foi julgada à boa maneira bolchevic por um tribunal de imbecis e puxa sacos que sentindo-se atingidos se apressaram a apontar o dedo à colega, atirando-a para a fogueira para servir a tara de um novo rico com tiques Bolchevics.Esses jornalistas de meia-tigela, cobardes e cinicos não passaram pela escola de Fernanda Mestrinho. Luís Marinho, Mário Zambujal,Artur Agostinho e outros mestres que em cargos de chefia não toleravam cobardes que para queimar os colegas se servem de todas as armas.Esses vermes não merecem o titulo de jornalistas, deviam ser bufos, se vivessem antes do 25 de Abril seriam uns fiéis servidores da censura, agentes da PIDE condecorados por Américo Tomaz.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Obama e o Mundo

OBAMA E UM ACTO DE CULTURA UNIVERSAL

Eu sempre me confundi na realidade com a utopia. Ou na insatisfação constante como forma quase de fingir felicidade na busca, na procura e imitação de coisas muito simples como o voar dos pássaros, o declinar do sol, o brilho das estrelas e o mistério das conchas que aconteciam com os meus pés à beira mar na areia. Sempre não me conseguindo encontrar com o paraíso do infinitamente bom e infinitamente belo para todos, quase desinfinitando a morte que é o único lugar infinito mas parte da vida, o infinitamente belo que até poderia ser um contraste com o infinitamente bom que sempre para mim ficaram sem ser, iguais à inexistência ou à infelicidade de não procurar mais nada, muito antes da nostalgia ou depois da saudade da morte.
Afinal viver é também não imaginar aquilo que pode acontecer enquanto estamos vivos. Só que eu nunca pensei que em vida, para além de tanta coisa que estava, ainda que muito longe, mas no horizonte por detrás da noite e da nuvem, pudesse ainda ter vivido sonhos, porque a minha geração viveu sonhos depois de os ter sonhado no passa-palavra de muitos silêncios. E também viveu a morte de muita alegria triste.
Mas agora era demais. Numa data e hora em que um grande amigo meu fazia anos. Quatro de Novembro. Eu a telefonar-lhe e ele quase ou mesmo esquecido do seu aniversário por causa de OBAMA.
Era algo que nos tocava e falámos ao telefone. Porque era uma coisa que estava impensada no nosso tempo. A utopia tinha ultrapassado a nossa imaginação. Já não era tanto uma eleição ou uma vitória. Fazia semanas que vivíamos a novidade. Principalmente porque OBAMA falara mais ou menos que se mudarmos a sala podemos mudar a casa; e se mudarmos a casa podemos mudar a rua; e se mudarmos a rua podemos mudar a cidade; e se mudarmos a cidade podemos mudar o estado; e se mudarmos o estado podemos mudar o País; e se mudarmos o País podemos mudar o mundo. OBAMA, em gesto de sagrado, no discurso de Filadélfia, tirou o pé do tiro do reverendo Jeremiah Wright. Embora o reverendo tivesse razão mas era uma razão da memória e da injustiça. Uma razão sobre os que haviam sido negados como pessoas, deixando suor e sangue nas plantações de tabaco e açúcar. Uma razão que podia ser entendida como rancor.
Nesse discurso, OBAMA trouxe uma utopia ligando a jovem Ashley e um mais velho que estava ali por Ashley estar.
No dia e hora em que escrevo este texto ainda não sei se OBAMA ganhou. Mas não é tanto por isso que estou a escrever. É mais por causa do outro que nunca percebeu que eu existo e ele só pode ser também se deixar de estar assim para podermos ser todos.
OBAMA tem um significado do maior acto de cultura universal do início deste século. No século passado, quem tinha televisão ficou uma noite inteira à espera que um homem pisasse a lua.
Neste princípio de século, OBAMA conseguiu criar uma energia, um astral de muitas mãos inteiras pelo pensamento de pessoas de todas as partes do mundo, numa corrente parecida com uma constelação de paz sem fronteiras. E Isso é um acto de cultura que vai ficar.
Não importa que este Messias traga milagres. Importa é o milagre cultural de pôr uma boa parte do mundo inteiro a olhar para ele como um salvador e perder uma noite só a olhar para um televisor como se OBAMA fosse uma madrugada.
No século passado, foram à lua. Agora OBAMA parece que desceu da lua e chegou à terra.
No século passado foi Mandela.
Mas antes de Mandela, o reverendo Luter King já tinha orado que tinha um sonho. O reverendo foi assassinado por causa do sonho.
Mandela tornou realidade um bocado do sonho do reverendo. Por cima de tanta memória que sobrou para os blues.
OBAMA acrescenta mais um bocado de realidade ao sonho do reverendo.
Como Agostinho Neto deixou escrito:
E DO DRAMA INTENSO DUMA VIDA IMENSA E ÚTIL RESULTOU CERTEZA
AS MINHAS MÃOS COLOCARAM PEDRAS NOS ALICERCES DO MUNDO MEREÇO O MEU PEDAÇO DE PÃO.
manuel rui

domingo, 9 de novembro de 2008

Só os Nomes

Cá estou eu de novo a enviar mais uma crónica de Macau, antigo território Português na China.
Quando em 1999 Portugal entregou Macau ao governo Chinês, Portugal conseguiu manter a nossa língua como a oficial no território, o que na altura foi considerado uma grande vitória da diplomacia de Lisboa, mas afinal tudo não passa de uma utopia(Agora vocês dizem lá está o gajo a deitar abaixo)e estou, mas com verdade, aqui ninguém fala Português a não ser os portugueses que aqui vivem, ou as comunidades Africanas de expressão portuguesa ou Brasileiros, no hotel onde me encontro na ilha de Taipa ninguém fala Português, nos Restaurantes algumas ementas são em português mas os empregados nada entendem, aqui só os nomes das ruas nos lembram que Portugal já cá esteve de resto mais nada, vejo rrua Vasco da Gama, Dr.Mário Soares, Governador lbano de Oliveira e pouco mais.No futebol que liga Portugal ao paises de expressão portuguesa, ninguêm liga ao Benfica, Sporting ou FCP, mas se perguntarmos a alguêm se conheçe o Chelsea(aliás estou hospedado no hotel onde jogou na pré-época a equipa de Felipão).
A comunidade portuguesa, até por circunstâncias económicas está a crescer aqui no território e é imperativo que Lisboa tome medidas para que o Português seja de facto a lingua oficial neste território até porque no actual contexto esta pode ser uma base de negócios dos nossos empresários uma rampa de lançamento para a grande China aqui mesmo ao lado.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Agora sim, conseguimos!

Continuo a falar-vos de Macau, em plena praça do senado onde continua a decorrer a festa da Lusofonia.Hoje todos temos uma motivação especial, finalmente Obama presidente, ainda não estou em mim de contente e tenho medo de me exceder, mas a vitória de Barach Hussein Obama foi depois do nascimento dos meus filhos a coisa mais importante que assisti, até porque é histórico, estamos a assistir a mudanças históricas e só não vê quem não quer.Chegou a nossa hora e nesse papel Deus teve a sua influência, não consigo esquecer as imagens desta manhã, o lago de gente em Chicago e Jesse Jackson lavado em lágrimas é que hoje cumpriu-se o sonho, esta vitória é de Martim Luther King, ele que lançou as sementes para este sucesso.Mccain fez uma referencia importante, hoje a América está reconciliada com um dos momentos mais dramáticos da sua história, a escravatura!este foi na minha opinião o último combate entre negros e Brancos nos EUA ninguém ganhou, ninguém perdeu, ganhou o mundo Bem vindo Obama!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Visto do Oriente

Estou a escrever-vos de Macau em pleno hotel depois de saborear um belo caril num restaurante local onde logicamente os pratos principais são chineses.
Era o único não chinês no dito restaurante, quase tasca, que despertou alguma curiosidade nos locais diria mesmo simpatia o que me deixou intrigado devido à fama de arrogantes e pouco amistosos, que os chineses carregam à já vários anos.
Pura invenção, mas de um momento para outro eu percebi qual o motivo de tanta simpatia para comigo, não me conhecem da Televisão(risos) mas é por causa dela e ao olhar para a caixa que mudou o mundo reparo na figura que está a provocar sensação, era ele Barach Obama.Também aqui o Senador do Illinois conta com uma enorme facha de fãs eles agitam-se, tocam-se e riram-se ao vê-lo na TV, levantam o polegar em minha direcção em jeito de solidariedade o que me deixou no centro do barulho ou seja o homem do momento naquele local(pelo menos por ser diferente). De repente vejo entrar uns jovens adolescentes com traços europeus, também eles não ficam indiferentes aquela agitação,qual o meu espanto(ou talvez não)quando os oiço falar português, são alunos de uma escola portuguesa aqui em Taipa o outro lado de Macau onde eu estou hospedado.Para eles tanto se lhes dá como se lhes deu, que ganhe o Obama ou o Mccain penso eu, mas eis que é o contrário, também eles se manifestam mas desta vez com desagrado ao verem Sara Pallin na TV, um deles olha e diz:está kota é mesmo Daaaaaaaaaaaaa o que me provocou um sorriso aberto e deu para perceberem que também falo a lingua deles, um mais atrevido pergunta-me where are you from?eu respondo Portugal, outro neste caso uma jovem,perguntou-me, e o Benfica(ganhou) disse-lhe, ela respondeu:fixe! e riu ao perceber a minha cara de desagrado prosseguindo para os colegas o kota é do Sporting de certeza, acertou. Falando Mandarim lá se entenderam com a empregada e levaram cada um o seu gelado, despediram-se de mim com um boa tarde e boa estadia.Regressando aos locais continuavam entretidos com o discurso do senador Obama, fecham a Cara quando o pivô do jornal diz que o encerramento fica marcado pela morte da Avó materna de Obama, alguns abanam a cabeça outros ficam espantados, isto não é bom, nada bom penso eu se calhar eles também, mas o que interessa é que estamos todos com ele.Escrevo estas linhas no regresso ao hotel, onde vou descansar um pouco e em jeito eleitoralista em período de reflexão, aqui só amanhã a meio da tarde se sabem os resultados, mas aconteça o que acontecer Obama , marca para sempre a história da nação mais poderosa do mundo, um País de contrastes e diversidades que pode eleger um negro para a presidência.
A Vitória de Louis Hamilton no mundial de F1 pode ter sido o primeiro sinal de que as coisas estão mesmo a mudar e para melhor.Obrigado Hamilton, obrigado Obama pelas alegrias e esperança que nos transmitem, imita o Hamilton e ganha na última curva só tu tens mãos para esse bolide em derrapagem, ganhes ou não segue do Oriente um abraço do tamanho do mundo, África precisa de ti, o mundo anseia por ti, vai Obama Chance the World!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

sim, nós conseguimos!

Está a chegar o grande dia!Aquele que meio mundo anseia para que "O Homem" mostre ao mundo que é possível mudar, mostrar ao Mundo que a América mudou.
A vitória de Obama se acontecer demonstra que os EUA, estão na frente do desenvolvimento e da tolerância.Fiquei emocionado quando numa reportagem da RTP nos EUA, a Márcia Rodrigues entrevistou um jovem americano, Branco Caucasiano, como os Americanos gostam de se descrever, esse jovem de 14 anos apoiante de Obama, expressou o sentimento Americano, a vitória de Obama será não só um triunfo da democracia e do regresso às politicas dirigidas às pessoas, confirmando a onda de socialismo moderno que varre o mundo, mas principalmente o enterrar de um passado que ainda atormenta milhares de seres humanos, a escravatura.A América quer reconciliar-se com esse crime contra a humanidade a eleição de Obama nos EUA, encerra esta página negativa da sua história, que outras antigas potências países sigam este exemplo de inteligência.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quem não se sente?

Fui informado recentemente por um amigo de direita que extractos de um texto publicado por mim neste Blog, estava a ser comentados num site Nazi frequentado por Pseudo-Nacionalistas portugueses.Não me contive e fui visitar o tal site e qual o meu espanto quando abri a página e me deparei com um chorrilho de insultos, ameaças e mentiras a meu respeito nada que me espante.O titulo é Mussuaili ameaça Mário Machado dá vontade rir não dá?ou são estúpidos(não são de certeza) ou estão de má fé( pois é o seu modo de estar na vida)ameaçando-me com um processo júridico, aliás Mário Machado diz que me vai processar por ameaça á sua integridade física.Senhor Mário Machado o senhor não me merece respeito, o senhor e quem o acompanha pois quem defende a eliminação física de outro cidadão só porque ele é de uma cor diferente ou têm uma religião diferente da sua não merece respeito pois está a violar todos os direitos humanos, todos nós nascemos, crescemos e morremos e não temos o direito de nos sentirmos superiores a ninguém.Quando falam em Nacionalismo não sabem o que dizem, uma coisa é gostar do seu País(que é também meu ,porque nasci aqui e cresci )outra coisa é ser delinquente e tentar matar o seu semelhante porque ele tem a cor de pele escura ou olhos rasgados ou fala outra língua, quer os senhores queiram quer não, nós fazemos e faremos parte deste pais, não à volta a dar, Portugal precisa de imigrantes já que gentalha como vcs não querem fazer nada, não querem trabalhar nas obras, limpezas ou estudar e ser um técnico formado como muitos estrangeiros que trabalham e ajudam a desenvolver esta terra.Quanto à tentativa que fazem de me enrredar com a justiça, dizendo que eu desrespeitei a justiça com aquele artigo, nada mais falacioso pois no artigo eu alerto a justiça, para o perigo que a sociedade correm com gente da vossa laia nas ruas, Portugal é e será um País multicultural, foi assim que foi criado e é assim que vai continuar, doa a quem doer.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Falta pouco, muito pouco!

Falta pouco, muito pouco para que o sonho de Martin Luther King se concretize.
Tenho estado calado na expectativa, mas chegou a hora de voltar a falar, tenho acompanhado com ansiedade o desenrolar da campanha eleitoral nos Estados Unidos, os golpes baixos de Mccain e da sua Vice Sara, que quanto mais fala mais se enterra, Barack Obama é uma figura histórica e aconteça o que acontecer já provou que nos Estados Unidos, maior potência mundial o sonho americano é para todos.A América estará preparada para ter um presidente negro?na minha opinião está e o trabalho já vem de longe, o caminho foi aberto por outros mártires, como Martim Luther King e até Luís Farrakan.É isso Luís Farrakan no alto do seu radicalismo extremista também contribuiu para a mudança histórica que se aproxima!E aqui será possivél?não e digo-vos porque.Primeiro a América, como o Brasil são países novo, um caldeirão cultural, o continente Americano não têm a herança histórica europeia, berço do chamado desenvolvimento.Na Europa nunca será possivél a um negro ascender á mais alta magistratura, os europeus não suportariam e os portugueses muito menos, seria para eles contra natura.E em África tirando a África do Sul ou a Namibia, qual a Nação que aceitaria um presidente ou Primeiro-Ministro Branco? fica a reflexão.
No Dia 04 de Novembro estarei em Macau, onde espero vibrar com a vitória de Barack Obama, aconteça o que acontecer a América e o mundo nunca mais serão os mesmos depois da passagem do furação Obama,que Deus o ilumine o mundo precisa de homem assim!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Os Suspeitos do costume

Alguma imprensa portuguesa tem um tique que ainda não entendi se é racismo, nacionalismo ou pura estupidez.
Eu explico:Em épocas de crise a imprensa que serve o governo ou alguns grupos ligados ao poder ou a partidos de direita iniciam uma campanha de caça ao imigrante ou ao diferente, recordo nos anos 80 Portugal atravessava uma grave crise politica e económica e uma certa imprensa iniciou uma campanha feroz contra a comunidade Cabo-Verdiana, até se falou em canibalismo uma difamação que ficou impune e que durante vários anos colocou uma mancha naquela comunidade trabalhadora que muito tem apoiado Portugal no seu desenvolvimento dando braços para construir estradas, edifícios, barragens enfim são uma das forças motrizes deste país e sofreram na pele a senha racista de uma certa imprensa racista na minha opinião psicopata.Desta vez chegou a vez d comunidade brasileira, formada por gente honesta e trabalhadora é apontada como sendo formada por um bando de ladrões ou prostitutas, não é verdade, sendo a maior comunidade estrangeira em Portugal é formada maioritariamente por gente trabalhadora que procura Portugal para melhor as suas condições de vida, contribuindo em muito para a sustentação do sistema de segurança social português, esta sim é a verdade.Não digo que não existam problemas criminais, existem e devem ser combatidos por quem de direito a Justiça não pelas páginas de alguns jornais que desinformam e deturpam a realidade.É preciso repensar a nossa responsabilidade a imprensa forma consciências e alguma imprensa está a contribuir sim para o aumento da desconfiança e ódio entre portugueses e outros que ajudam a construir este país. Que a tolerância e a responsabilidade regresse de novo a essas cabeças desfuncionais!

sábado, 13 de setembro de 2008

Agora mostrem o que valem!

Dezasseis anos depois das primeiras eleições os angolanos voltaram às mesas de voto para eleger um novo governo.
Muito se tem escrito e se vai escrever sobre este acto eleitoral. Falou-se de desorganização e fraude, mas no final o maior partido da oposição (Unita) veio reconheçer a vitória do MPLA e até a UE considerou as eleições justas, não deixando de fazer alguns reparos à desorganização a que se assistiu em alguns locais de votação na capital.
O que se pode exigir de um país que organiza o seu segundo acto eleitoral em 35 anos de independência? Não se deve perdoar alguns erros ou a desorganização? Quantas cidades no mundo organizam eleições para três milhões de eleitores? Na generalidade, pelo que se sabe, a votação correu bem e o resultado estrondoso do MPLA só espanta os menos atentos, pois era uma vitória anunciada.
A conjuntura económica e o arranque da economia angolana só podiam dar este resultado, pelo que vi na televisão (mesmo sem a presença da SIC) e ouvi na rádio a oposição não terá feito o trabalho de casa, os comícios foram muito fracos e nos debates o MPLA arrasou a concorrência levando os seus melhores quadros. O que o povo está a beneficiar com estas mudanças? Até agora muito pouco, mas o governo está a fazer obra – basta ir a Luanda ou a algumas provincias para ver a construção de novas vias, viadutos, autoestradas, portos e a abertura de novos hospitais. Luanda é um estaleiro a céu aberto para onde correm as principais empresas mundiais. Tudo isto está a aconteçer em Angola, embora na imprensa portuguesa, não se fale desse boom.
Um amigo que regressou recentemente de Angola, depois de muitos anos de ausência, disse-me no dia das eleições: "Vivi 18 anos da minha vida em Luanda e nunca vi tanta construção, como nos últimos dois anos". É necessário perceber o que é a África ou qualquer país independente há apenas três décadas. José Sócrâtes foi o único político português que se deu conta de que a África precisa de tempo, abrindo as portas daquele gigante às empresas nacionais que se instalaram no mercado. Com um presidente e uma maioria absoluta, o MPLA terá, agora, que mostrar o que vale. Angola e o mundo estarão atentos.

domingo, 31 de agosto de 2008

I Have a dream

2008 é uma data significativa para a minha geração é a data em que fazemos quarenta anos. Os quarentas são uma idade importante na vida de qualquer ser humano é a idade da maturidade, pelo menos dizem os teóricos.Estou eufórico por viver esta data especial um ano fantástico.
2008 pode ser um ano de viragem para o mundo, não só porque o petróleo está a bater todos os recordes ou a Rússia está a afirmar-se como potência contrária aos interesses do ocidente na sua região, mas porque a América pode eleger o primeiro presidente negro da sua história, um facto histórico que a confirmar-se mudará a visão do mundo e confirma que os Estados Unidos continuam a ser o país das oportunidades da tolerância e do sonho.
A eleição de Barack Obama, poderá trazer ao mundo a esperança, o que não quer dizer que se cumpram os seus ideais, todos sabemos que actualmente o poder económico controla o politico mas vale a pena sonhar.As eleições Americanas bem que podiam ser eleições globais pois o que acontecer na América vai influenciar o mundo e se assim fosse Obama estaria eleito.À quarenta anos atrás a América chorou a morte de Martim Luther King, mas quando o homem quer o sonho cumpre-se e Barack é o homem o escolhido, que Deus guie o seu caminho.

sábado, 16 de agosto de 2008

Eusébio Cup

Finalmente Eusébio começa a ser recompensado pelos prejuízos que Salazar lhe causou à quase 40 anos quando o elegeu património nacional e não o deixou sair para o Inter-Milão.Não não vou comparar com Quaresma, mas a situação tem graça, O Mustang, tal qual o pantera 40 anos depois é desejado pelos milaneses, Quaresma não é património nacional, mas Pinto da Costa quer que seja património da SAD do FCP.
Falando de gente séria, Eusébio é sem dúvida o maior embaixador do futebol português, embora alguns o tenham tentado apagar para colocar no seu lugar Figo ou Cristiano Ronaldo, não vale a pena , Eusébio é e será o King,meu compatriota foi também ele vitima do regime fascista português, Eusébio da Silva Ferreira foi o segundo melhor jogador de futebol do mundo de todos os tempos, estamos a falar dos anos 60 quando se jogava por amor à camisola, não existiam contratos chorudos, nem todas as técnicas que agora existem que podem fazer de qualquer um , bom jogador, Eusébio, Di Stefano, Péle são lendas que têm que ser respeitadas, Péle é um Deus no Brasil, Di Stefano um senador, só Eusébio continuava a ser idolatrado,mas motivo de chacota, teve que ser Luís Filipe Vieira a restituir dignidade a este homem que tanto fez pelo futebol português resgatar o respeito que o King merecia.A Eusébio Cup é o mínimo do que se pode fazer para retribuir o que Eusébio nos deu, primeiro o Benfica, agora falta Portugal homenagear o pantera, que seja agora em vida, ele merece.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sequestro em Lisboa

O dia de ontem foi marcado pelo sequestro no Banco Espírito Santo, crime executado por dois cidadãos de nacionalidade brasileira.Este crime vem provar que em Portugal a criminalidade tem vindo a aumentar e a sofisticar-se, à novas formas de criminalidade a que não estamos habituados e que mais tarde ou mais cedo cá chegariam é assim.O que ontem assistimos em directo pelas televisões(em tempo real)foi o sinal que factos como este vão começar a acontecer, sinais de uma crise que leva as pessoas ao desespero e a imigração é o elo mais fraco desta crise que demora a dar sinais de abrandamento antes pelo contrário.Mas o assalto pode querer dizer outra coisa, a Portugal têm chegado cadastrados de todo o mundo, não só brasileiros, mas esta última comunidade tem recebido perigosos cadastrados, digo isto porque tenho relações estreitas com esta comunidade e eles próprios me têm alertado para isso, traficantes, assassinos profissionais, violadores passeiam-se pelas ruas de Lisboa e não só, isto é uma questão de segurança interna a que as autoridades devem dar toda a atenção, agora não vamos confundir as coisas, este comportamento não pode nem deve servir para acusações xenófobas contra a comunidade brasileira que em 99% é uma comunidade trabalhadora e honesta uma andorinha não faz a primavera. Ouvi as declarações de Moita Flores e não gostei, acho-as Xenófobas, irresponsáveis e preconceituosas, o que em nada vem ajuda ao desanuviar das tensões, em conversa com um amigo brasileiro ele lamentou o facto e recordou-me o crime de Fortaleza, cometido por um português.Responsabilidade e boa fé nunca fizeram mal a ninguêm.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ondas de Choque

Como esperava o meu artigo neste Blog, está a ser aproveitado por outros sites para reproduzirem o autentico assalto a que a comunicação social angolana está a ser sujeita, por grupos e pessoas que nunca fizeram nada por nós Africanos, aliás fazem enterram-nos cada vez mais e não à volta a dar.Quando digo que não nos dão espaço sei do que falo, a minha luta em Portugal tem sido serrada, tenho sido prejudicado, destruíram-me a vida pessoal e familiar por isso não recebo lições de convivência racial de ninguém, tenho uma filha que amo muito com uma portuguesa, sempre vivi e considero-me parte integrante desta terra, mas nada me fará calar e denunciarei as injustiças que por cá se fazem, gostem ou não.Por isso senhor Pula não me venha com histórias o senhor é um lobo vestido com a pele de um cordeirinho.

domingo, 27 de julho de 2008

A Hipócrisia é uma arma

Escolhi este titulo pois estou farto de tanta hipocrisia e de quem alimenta os hipócritas deste mundo.Toda a gente sabe que Angola é actualmente uma das economias florescentes em todas as áreas e a comunicação social começa a ser apetecivél, anunciando-se a abertura de canais de televisão, Rádios , jornais o que em todo o mundo e em Angola sem excepção são o barómetro da saúde económica de qualquer nação.Anuncia-se a abertura de um novo canal de televisão e que segundo se diz, conta com a colaboração do homem forte da TVI José Eduardo Moniz que terá constituído uma empresa com a Valentim de Carvalho aliados ao homem forte do grupo.As minhas dúvidas sobre o porqué da entrada dessas pessoas nesse projecto começam aqui, eu explico:José Eduardo Moniz é o homem forte da TVI, estação líder de audiências em Portugal, dona da NBP está a construir um tipo de projac à portuguesa, onde produzirá as suas telenovelas de inegavél qualidade, mas é esta televisão que não tem um rosto africano, porquê?pelo que sei existem dois jornalistas africanos nos seus quadros, mas a quem não é dada oportunidade de brilhar, tudo porque são negros e não porque não sejam profissionais antes pelo contrario e já o demostraram.A verdade é esta, custe a quem custar e tem que ser denunciada.Em Portugal existe racismo e na comunicação social é evidente, como é que um País que esteve 500 anos em África teve somente um apresentador negro de informação em 1993?a própria RTP que devia dar o exemplo de pluralidade, criou a RTP-África enviando para um gueto os jornalistas negros que podiam brilhar nos canais principais, vejam o exemplo Americano, Francês, Inglês, Alemão entre outros onde não só os negros brilham, mas outras etnias representativas da sociedade.Em Portugal a segregação racial na imprensa é latente, os estudantes negros saidos das faculdades de comunicação social não conseguem emprego e quando o conseguem são discriminados a verdade é esta pura e dura e não à volta a dar, vejam quantos actores negros estão nas novelas que a TVI produz?chegou-me aos ouvidos que na série Equador baseada no livro de Miguel Sousa Tavares, os actores negros principalmente Angolanos foram discriminados economicamente pois a produtora responsavél ofereceu remunerações inferiores aos actores negros o que provocou em alguns uma enorme revolta pois grande parte dos nossos actores entre eles Carlos Paca, Daniel Martinho tem um cúrriculum superior ao da maioria dos restantes actores da série, muitos deles estrelinhas de novelas juvenis como "Morangos com acuçar" entre outras.É esta gente que vai para Angola abrir televisões, jornais, revistas? então e os preconceitos raciais que têm em Portugal?se os negros não servem em Portugal também não deviam servir em Angola, ou será que em Angola os negros são diferentes?mais inteligentes?ou será que o dinheiro não tem cor?o que levará os nossos empresários a acolherem essa gente?não existem profissionais angolanos em Portugal ou em Angola que ajudem a erguer estes projectos?claro que existem e estão prontos para ajudar, fiquei orgulhoso na passada sexta-feira no lançamento do Canal TPA-Internacional, um canal que vai quebrar barreiras e mostrar Angola ao mundo, que assim seja, Angola para os Angolanos e para os seus verdadeiros amigos.

domingo, 20 de julho de 2008

Bairro da Fonte, guerra Étnica?não é uma questão de segurança Nacional

As últimas semanas tem sido férteis em noticias sobre o Bairro da Fonte e uma alegada guerra Étnica que deixou o País boquiaberto.Estava ausente do País em viagem de trabalho e mal cruzei a fronteira de Valença sintonizei uma rádio nacional fiquei também eu espantado com a violência utilizada, mais tarde já em casa confirmei a bizarria, através das imagens emitidas pela SIC, onde via pessoas de origem cigana a disparar indiscriminadamente para uma rua, com um poder de fogo surpreendente.Só quem não observa o que se passa em Portugal poderá estranhar aquele conflito que não tem nada de étnico, mas sim de segurança nacional, aquelas duas comunidades vivem na pele a crise e a discriminação, um fenómeno secular em Portugal. Cresci num bairro social na margem-sul do Tejo o famoso Vale da Amoreira tenho alguma autoridade para falar destes fenómenos por isso posso dizer que aqueles confrontos pouco têm a ver com questões étnicas mas sim de pobreza que é aproveitada por marginais, aqueles confrontos registam-se por acertos de contas entre indivíduos do bairro que traficam droga e armas, esta sim é a verdadeira razão para aquelas imagens que nos fizeram lembrar as ruas de Beirute, um daqueles confrontos cíclicos entre o Hezbolla e o governo Libanês ou outro grupo religioso.As imagens com os ciganos armados mostram a impunidade a que chegámos, não só a comunidade cigana, pois nas imagens só apareciam ciganos a disparar mas ouviam-se tiros de resposta, onde estavam escondidos os outros atiradores?também vão ser castigados?Aquilo é um problema de social e de segurança nacional onde alguns encontraram um campo étnico para acicatar as divergências que existem entre negros e ciganos.Ouvi um comentário de um comentador do programa "Eixo do mal" que para mim fez uma descrição perfeita sobre aqueles acontecimentos. Foi uma luta entre pobres e marginalizados da sociedade, esqueceu-se de dizer que é um terreno aproveitado por criminosos, para se encapotarem e traficarem armas, mulheres e drogas.Quando se fala em falta de integração da comunidade cigana, falamos de quê?os ciganos são tão portugueses como qualquer português, estão cá á pelo menos 500 anos, por isso estamos a falar de que integração?o problema dos ciganos é a marginalização a que foram sujeitos, aliás a que são sujeitos á séculos não só em Portugal, ainda me lembro de ouvir as mães de amigos meus nos ameaçarem com os ciganos se não acabassemos a refeição.Quanto á comunidade africana do bairro da fonte, existe também o mesmo problema, falta de integração sim, mas económica e social, os bairros sociais são uma solução esgotada que na Europa já foi abandonada os governos estão a melhorar as condições das pessoas para assim as integrar social e economicamente.Espero que haja sabedoria e bom senso para resolver este problema, não deixando entretanto que os aproveitadores consigam os seus intentos, uns tentar demonstrar que o convivo entre ciganos e negros é impossivél, ou que os ciganos são uma comunidade á parte, lançando-os à marginalidade.

sábado, 28 de junho de 2008

O Inferno Zimbabuéano

Tenho estado calado sobre a situação no Zimbabué, mas não desatento ou preocupado, digamos que revoltado.De herói que o foi, Robert Mugabe transformou-se num pesadelo, um louco que não conhece limites à sua insanidade politica e terá que ser parado por alguém e esse alguém só poderá ser a União Africana ou as Nações Unidas.Não entendo o silencio da OUA e principalmente da África do Sul, o que é necessário?estão à espera que Morgan Tsvangirai seja assassinado?meus senhores estamos em 2008 e África não pode tolerar este tipo de despotismos, como africanos e principalmente cidadãos do mundo não podemos permitir que isto aconteça, temos que dizer basta.Infelizmente o Zimbabué não tem Petróleo, diamantes, ouro ou outros metais e riquezas que poderiam mover o mundo para solucionar este problema.Para mim o Zimbabué tornou-se num estado Pária, na linha da quase recuperada Coreia do Norte, o povo do Zimbabué não merece este destino, vamos dar as mãos e obrigar como fizemos com Timor o mundo a olhar para o Zimbabué.
Viva Àfrica, Viva o Zimbabué

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Igual ao mesmo

Mais uma vez falhamos, o Pais enloqueçeu com a selecção, mas o sonho acabou!
Sempre aprendi que o jogo é assim, ou se ganha ou se perde e neste caso a selecção portuguesa perdeu, já outros tinham saído(Suécia, Grécia, França, Checos,Roménia)entre outros.Nas tertúlias em que tenho participado sobre futebol,sempre disse que a equipa das quinas não era a favorita, o nosso favoritismo foi inventado pela imprensa, Portugal não têm uma equipa de excepção, tem uma boa equipa , mas não de excepção, ainda não somos uma potência do futebol é bom que tenhamos consciência.Ouvi com atenção vários opinion Makers do futebol, entre eles Rui Santos esse ideólogo do futebol.Acho graça às criticas feitas a Scolari, para este expert Scolari falhou em toda a linha e nada trouxe de novo ao futebol português, gostaria de perguntar a esse senhor quem foram os treinadores que venceram à frente da nossa selecção?quem foi o treinador que levou Portugal tantas vezes a fases finais do campeonato da Europa? se calhar vivi num planeta diferente e Portugal já foi campeão, ninguém me disse nada, talvez.Meus senhores tenham vergonha e agradeçam ao mister Scolari pelas alegrias que nos deu, deixem-se de arrôgancias e de pretenciosismos, não temos moral para isso, voltemos ao País real com a gasolina a aumentar o desemprego a disparar, Há vem ai as férias vamos à lá praia.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

De bestiais a bestas?

Em Portugal para se passar de bestiais a bestas basta um click.
O que está a acontecer a Luiz Filipe Scolari é um exemplo dessa intransigência portuguesa, o treinador que mais alegrias deu aos Portugueses passou de bestial a besta,porque decidiu mudar de vida, foi para o Chelsea, será que se o treinador fosse português fariam tanto barulho?Certo que o Timing pode não ter sido o melhor, mas ninguém sabe as condicionantes que levaram á revelação ninguém sabe se terá sido uma imposição do Chelsea, eu acredito que sim.Este divórcio era esperado e só quem está desatento não o teria já percebido, o incidente entre Scolari e o jogador Sérvio Dragutonovic foi o ponto de viragem na relação de Scolari com a FPF e a imprensa portuguesa, que aproveitou o incidente para destilar todo o seu ódio sobre o treinador campeão do mundo, quantos treinadores portugueses foram campeões do Mundo?Scolari limitou-se a dar uma chapada com luva branca aos seus detractores que agora o culpam de traição.Eu não sou ingrato reconheço que Scolari errou várias vezes mas não me esqueço das alegrias que ele nos deu, quanto aos detractores, foi feita a vossa vontade, Scolari vai embora, mas porque quer ninguém o meteu na rua como vcs queriam, Boa sorte Mister!

domingo, 15 de junho de 2008

A Raça

Tenho 40 anos de idade e não me lembro dos tempos tenebrosos da ditadura Salazarista, as lembranças que tenho(poucas, felizmente)são as queixas dos meus país, que quando eu rejeitava algo que eles me davam com amor, diziam que no tempo do Salazar nem uma banana ou um kilo de uvas podiam comprar.Cresci a ouvir deles e outras pessoas, queixas de um tempo que chamavam miseravél.Lembro-me do 10 de Junho, que os meus pais diziam ser o dia da raça, um termo do passado que parece ter renascido da boca do nosso presidente da república, Aníbal Cavaco Silva.O dia da Raça, mas que Raça?será que o português é uma raça? se é está em extinção ou que tipo de raça será?A declaração de Cavaco Silva é mais grave porque veio da boca de alguém que nas comemorações do 25 de Abril deste ano se mostrou preocupado com a ignorância da juventude em relação ao 25 de Abril e ao valor da liberdade conquistada.O dia da Raça disse Cavaco e talvez tenha razão, talvez se estivesse a referir à Raça dos nossos jogadores no europeu de futebol da Áustria-Suíça deste ano, se for isso concordo professor!que bela Raça.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Cada um têm o seu Buzinão!

Quando em 1994 os camionistas, bloquearam a ponte sobre o Tejo marcando assim o inicio do fim dos governos de Cavaco Silva, despertou nos Portugueses um sentimento de resistência que culminou em 1995 com a vitória de António Guterres e travessia do deserto do actual presidente da Republica Aníbal Cavaco Silva.Catorze anos depois eis que os camionistas regressam ao protesto, não na ponte, mas no carregado e por outros pontos estratégicos de Portugal, bloqueando Auto-estradas e portagens não deixando que outros façam o seu trabalho, não está aqui em causa se têm razão ou não(Eu acho que teem)mas o importante é que a revolta está na rua e não me venham dizer que a causa é só o preço elevado dos combustiveis, mas sim um grito de revolta pela situação social que vivemos.Quer Sócrates queira ou não, esta revolta é o Buzinão socialista e para mim o principio do fim da sua governação, a prepotência e a arrogância com que este governo trata os portugueses virou-se contra ele e ninguém sabe onde isto vai parar, ao contrário do Buzinão de Cavaco este já tem contabilizada uma morte.O silencio de Cavaco e do PSD para mim não é inocente a eleição de Manuela Ferreira Leite não podia ter vindo numa altura mais apropriada, ou eu me engano ou teremos uma crise politica nos próximos meses e Cavaco será (obrigado) a nomear um governo de iniciativa presidencial,liderado por Ferreira leite até ás eleições legislativas de 2009 a cooabitação entre S.bento e Belém está por um fio, a estratégia foi deliniada por Cavaco e o desgaste de Sócrates já começou (Vai uma aposta?)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Agora sim!

À muito que não escrevo sobre Barack Obama tenho estado na espectativa para ver o que vai aconteçer, fez-me bem esta espera pois o Homem venceu Hillary para a nomeação Democrata na corrida à casa Branca.É histórica, esta vitória já ninguém pode tirar aos Afro-Americanos e a todos os Africanos em geral, pois esta disputa estava a ser seguida em todo o mundo principalmente em África e na terra Natal do pai de Obama, no Quénia Pais palco á poucos meses de lutas sangrentas pelo poder e que Obama pode ajudar a pacificar.Mas esta nomeação é a confirmação dos contrastes que caracterizam os EUA, de um sul extremamente conservador a um norte mais tolerante, Obama conseguiu conquistar redutos conservadores com a sua mensagem de tolerância e modernidade uma mensagem de esperança de que a sociedade Americana estava necessitada, Obama é a voz da América do Sec.XXI uma terra de oportunidades, multirracial e onde a competência está acima das raças e crenças religiosas.O sonho Americano está em marcha, vamos acreditar, eu quero Obama Presidente!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Adeus Carlos Alhinho

Ainda não acredito no que aconteceu ao mister Carlos Alhinho é mau demais para ser verdade.
Carlos Alhinho era um Gentelman do futebol, foi com emoção que ouvi na RDP-África Guilherme Galiano e João Diogo recordarem o último convivio que tiveram com o mister à pouco mais de duas semanas quando acompanharam o SLB na digressão de final de época a Cabo-Verde.Diziam João Diogo e Guilherme Galiano que Carlos Alhinho quase os obrigou a fazerem esta digressão, pois queria estar com eles, disseram os Jornalistas que aquele reencontro foi especial, mágico, parece que Alhinho se queria despedir dos amigos, a vida têm destas coisas .Não conheci pessoalmente Carlos Alhinho, mas lembro-me de o ver jogar no meu clube do coração o Sporting no FCP e No SLB, era um jogador exemplar, em campo tratava a bola com classe, lembro-me das brincadeiras e trocadilhos que faziamos com o nome de Alhinho, numa altura em que começaram a apareçer jogadores brasileiros no futebol português, puseram-lhe a alcunha de cara Alhinho(risos) são momentos que não se esquecem.Nos últimos anos acompanhei a Carreira de treinador deste Cabo-Verdiano, pois é um dos nossos e conseguiu alguns sucessoa.A Morte de Carlos Alhinho deixou-nos a todos os amantes do futebol tristes não existe explicação para a morte, mas daquela maneira não é justo, Alhinho foi vitima da incompetência e desleixo de alguém que têm que ser punido.Desejo as minhas condolências à família do malogrado Carlos Alhinho, que Deus te recebe como mereces!

terça-feira, 27 de maio de 2008

A diferença entre Actores2

A TVI-líder de audiências em Portugal é um exemplo de perseverança graças ao talento e profissionalismo do seu director José Eduardo Moniz eu ainda sou do tempo em que a TVI não contava para o campeonato das televisões para mim Moniz é o Mourinho da televisão.Tenho o orgulho de ter trabalhado naquela casa, mas esse orgulho não me impede de denúnciar um facto aberrante que me foi revelado à uns dias e que infelizmente não me espanta.O fim de semana passado fui confrontado com uma revelação chocante(ou talvez não)a produtora responsavél pela série Equador contratou actores negros para fazerem parte do elenco desta série, até aqui nada de especial, normalíssimo.Mas o que não é normal foi a proposta descarada e racista feita pela produção, que quer pagar menos de metade a esses actores, do que paga aos restantes actores(brancos).Nesse elenco temos actores como Carlos Packa, um actor negro com créditos firmados e outros que foram alunos distintos no conservatório, com tanta ou mais experiência do que os Actores convidados, mas essa produtora segundo as minhas fontes não os considera propondo ordenados ridiculos a esses actores só por eles serem negros isto é imora, e revoltante!porque tanta discriminação?fica a pergunta!

terça-feira, 20 de maio de 2008

A esperança chama-se Obama!

A semana que agora começa foi uma das mais difíceis da minha vida!Perdi a minha progenitora e perder uma mãe é sempre a perca de um pedaço de nós, pois viemos delas, somos parte delas e elas de nós.Além deste meu problema pessoal, ainda tive tempo para ver a actualidade e o que vi não me agradou.As tragédias naturais da Ásia, aproveitadas pelo regime criminoso de Rangum para assassinar o seu povo, crime a que assiste impávida e serena a comunidade internacional se a Birmânia tive petróleo o regime ainda estaria no poder?e em Itália?o regresso de Ill Cavalheri ao poder trouxe aquele País manifestações de puro racismo e Xenófobia, sentimentos enterrados e que a direita Italiana veio trazer de volta.Uma vergonha o que está a ser feito à comunidade Romena e aos ciganos, perseguições, assaltos e até violações com a Mafia à mistura a União Europeia não vai dizer nada?ou será que está é uma das medidas que Berlusconni anunciou para combater a imigração ilegal?Berlusconni preocupa-se com a imigração e o lixo nas ruas de Napóles?qualquer dia vai dizer que a culpa do lixo é dos imigrantes.O problema do lixo vai ser resolvido pelo senhor Berlusconi mas quem o vai recolher?os imigrantes claro, acabei de chegar de Itália onde falei com alguns imigrantes, notei que existe um clima de medo e perseguição, nem dutche faria melhor, espero que a UE tome as medidas que se impoêm, pois ainda por cima estamos no ano europeu da diversidade, bom exemplo o Italiano.A Xenofobia é palavra de ordem e a África do sul o exemplo mais espantoso visitei à poucos meses esse paraíso onde já se cheirava pólvora no ar é estranho e criminoso o que está a acontecer, será que a revolução pós-apartheid falhou?
Catorze anos depois do fim do apartheid as nuvens da segregação voltam aquele Pais, mas agora segregação de negros para outros negros, só porque estes últimos são estrangeiros, de países que tanto ajudaram esses mesmo negros que agora os assassinam, escorraçam e humilham.
O que está a acontecer na África do Sul é trágico, mas não é único a diferença agora é que são negros a matar e a ter atitudes xenófobas com outros negros, atitude que nos deixa espantado e horrorizado.Mas atitudes Xenófobas de negros contra negros não vêm só da África do Sul, Cabo-Verde também está a passar por um período de segregação contra os chamados alegados imigrantes da costa ocidental Africana, mas ao contrario da África do Sul, em Cabo-verde não é a população que reprime os imigrantes, mas sim o governo imaginem Cabo-verde uma terra de imigrantes.O Mundo está louco eu não quero ser afectado, vou-me manter na concha,á espera que Obama vença as eleições no partido democrata, e depois ganhe a América o mundo precisa!